sexta-feira, 7 de maio de 2010

Uma relação intra-específica desarmônica


Resolvi que sou árvore de outono. Não abrigo ninguém. Apenas desnudo-me... sou toda galhos! Não que eu seja a melancolia personificada, mas a tenho sempre por perto. Pelo menos eu não me decepciono tanto... Costumo prender-me muito e assim perco-me. Saio de mim, sugo a vida do outro. Mas não como numa relação parasita! Acho nesse caso eu é quem saio perdendo. Absorvo suas tristezas, suas angústias e as tomo para mim... como se as minhas já não me bastassem! Oras, reaja!



o sol já se vai
e o raio que me restava
era apenas a luz dos teus olhos.
mais uma dia que cai,
logo o sono embebedava
a visão dos meus sonhos.

mas se sou tão tua
e você tão somente meu,
deveria eu temer?
e essa dúvida ainda crua,
me diz que o verdadeiro eu
só existe por te ter.

LíviaMacedo

3 comentários:

Mesksign disse...

rs, ela é sinistra. suas palavras conflituam com a essência da solidão. Você me faz jurar todo dia para os céus que amanhã eu faço melhor. (:

Talles Azigon disse...

amo a poética com forma misturada, eu chamo de o poema novo e escreves de maneira a falar a alma, lindo seguindo-te

BECK, Juliano disse...

"Resolvi que sou árvore de outono. Não abrigo ninguém. Apenas desnudo-me... " (hum...gostei disso)
são as premissas para as cores flutuantes!

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