sábado, 30 de outubro de 2010

De pétala em pétala.

Sou flor, raiz, folha e vento
Vagueio só rumo ao alento
e num baile me faço girar.
O dia levanta bem lento
ainda um tanto sonolento
e eu aqui à água esperar.


Banho-me toda, que belezura!
O sol me saúda e baixo sussurra:
sou eu quem vai te fortalecer...
E a abelha aparece, grata figura:
agradeço pelo que concede com fartura
és gentil flor e merece pra sempre viver.


Uma menina chega e me pega sem jeito
E num único ato, arranca-me do leito,
Minhas pétalas são vítimas de bem-me-quer,
mal-me-quer; meu caule tratado com despeito
e vou morrendo depois de todo esforço feito 
e ela faz de mim o mal-que-bem-quiser.


Lívia Macedo
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