sábado, 4 de setembro de 2010

.soneto da desilusão


[da série: poemas escritos por duas mãos direitas]


Desprovido de caráter, tal proposta
Moradia de discurso adverso, nacional,
Causa de berço aberto ao eleitoral,
Cuja voz que anuncia a própria bosta.

Sem saber como livrar-nos deste mal,
Fico a vagar esperando tal resposta,
De algum destes, que possua boa aposta
Pra aquecer essa esperança trivial.

Tal qual fundaram uma nação anciã
Meu coração rebumba pelos pais,
Inibitórios de justiça do amanhã.

E, assim, avançamos sempre mais
Para guerra de batalha sempre vã,
Neste jogo de políticas imorais.

LíviaMacedo&LucasMesquita

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

O choro.


Cortam-me o único elo de ligação
Que estava comigo desde a geração
Minha aliança, meu cordão umbilical
Minha energia, meu amparo informal
E assim ora pois, hei de eu crescer
Sob o ócio, o vago, só me resta morrer.


Percebo aí, que o mundo é todo claridade
Uma fresta de luz me contorce e me invade
Choro então, pois percebo pra onde vim
Mundo louco, onde emana água carmim
Serei eu mais um motivo de vindoura dor?
Ou cantarei ao meu leito grande louvor?


O que faço eu, sem meu primeiro bem-querer?
Meu colo materno, meu constante venerável ser.


LíviaMacedo
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