quinta-feira, 29 de julho de 2010

O menino e o balão.

Das cores intensas
Se fez o balão;
Nas nuvens imensas
Que mais pareciam algodão...

Do poema feito do pó,
Da pedra, areia e vento
Surge no céu voando só
O balão, de alegria isento.

O menino maravilhado
Vendo o balão no alto
Desejou desesperado
Alcançá-lo num só salto:

- Vem balão, leva-me
Quero tocar as estrelas do céu.
Alô balão, escuta-me;
Ou farei um escarcéu.

De nada gritar, adiantou
E o menino pôs-se a chorar;
E sob lágrima entoou
Um canto novo a soluçar:

- Quero fugir sem medo,
Sem sentença e sem chão...
Pra guardar o meu segredo
No ápice da constelação

E assim o menino dormiu
E o balão pousou num lugar distante...

LíviaMacedo.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

O anjo de papel - A história do poema que queria ser lido.


da série: poemas escritos por duas mãos direitas.


Esquecidos em resenha
Estavam os papéis
Poemas queimados a lenha
Aquarelados em nada por pincéis
Deixados em velha gaveta
Por seu autor e uma gasta caneta



Escrevia sobre o Natal
Trivial, das noites, do sol
Escrevia dos mares, o sal
Dos limites do gosto do anzol
Escrevia sozinho pra si
Cada rima esquecida de rir



De nada eram aproveitados
Ninguém os queria ler
Eram puramente rejeitados
Na sua simples forma de ser
Até que os rabiscos riscados
Viraram dobras de papéis transladados



Origami formado na fronte
De um ofício ao sorriso fiel
De poema, pra anjo de fonte
Virado em imagem, auréola e pincel
Pra que fosse inventado um motivo
Da poesia formar o que é vivo



E assim, letras mortas
Viraram asas de papel
Dobradas por mãos tortas
Para voarem ao léu
De inútil e sem vida
A folha passou a ser lida



Pra cada mão de cinco dedos
Não era mais papel de pão
Compunha amores e medos
Fora da forma padrão
A poesia mais lida no mundo
Com penas e poema profundo



E as letras disseram amém.



Lucas Mesquita & Lívia Macedo

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Quanto vale?

Um disparo, um aviso
uma alma pra cada arma
perdida, desperdiçada.
Um anúncio, uma notícia
um risco de vida?
Deixa que a bala se ache,
que tudo se encaixe
se o viver é nada disso tudo
ou tudo isso é nada,
sigo eu nessa longa jornada
sem rumo e sem valor.


LíviaMacedo.


Baseado em ''Quanto vale a vida" de Engenheiros do Hawaii,


''Quanto vale a vida de qualquer um de nós?
quanto vale a vida em qualquer situação?
quanto valia a vida perdida sem razão?''

domingo, 11 de julho de 2010

Do sentimento.


''O homem não morre quando deixa de viver,
mas sim quando deixa de amar.''


Já dizia meu querido Sir Chaplin!



Uma vida sem amor é tão vazia quanto uma sem movimento. Ou mais.
Amo, logo existo.


Um beijo!


LíviaMacedo.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Lágrimas secas.



Meu lápis de cor
pinta lágrimas secas,
que não molham o papel
mas o enchem de amor.
Se olhares pro céu
e não vir os cometas,
saibas que viraram páginas
palavras, pontos e letras,
onde em itálico me fiz
deitado e restrito
a implicar com o negrito
que em se destacar insiste
mostrando que a lágrima existe
pra fazer-me também feliz.
LíviaMacedo.
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