sexta-feira, 12 de agosto de 2011





e o vento me carregava como se fosse folha caída de outono. 




LíviaMacedo

quinta-feira, 7 de abril de 2011

na estante, um instante.





Numa sala escura
com abajour ligado
meu mundo se transfigura
prum coração calado.




os livros são almas que falam por si, pra mim.




LíviaMacedo

sábado, 30 de outubro de 2010

De pétala em pétala.

Sou flor, raiz, folha e vento
Vagueio só rumo ao alento
e num baile me faço girar.
O dia levanta bem lento
ainda um tanto sonolento
e eu aqui à água esperar.


Banho-me toda, que belezura!
O sol me saúda e baixo sussurra:
sou eu quem vai te fortalecer...
E a abelha aparece, grata figura:
agradeço pelo que concede com fartura
és gentil flor e merece pra sempre viver.


Uma menina chega e me pega sem jeito
E num único ato, arranca-me do leito,
Minhas pétalas são vítimas de bem-me-quer,
mal-me-quer; meu caule tratado com despeito
e vou morrendo depois de todo esforço feito 
e ela faz de mim o mal-que-bem-quiser.


Lívia Macedo

sábado, 4 de setembro de 2010

.soneto da desilusão


[da série: poemas escritos por duas mãos direitas]


Desprovido de caráter, tal proposta
Moradia de discurso adverso, nacional,
Causa de berço aberto ao eleitoral,
Cuja voz que anuncia a própria bosta.

Sem saber como livrar-nos deste mal,
Fico a vagar esperando tal resposta,
De algum destes, que possua boa aposta
Pra aquecer essa esperança trivial.

Tal qual fundaram uma nação anciã
Meu coração rebumba pelos pais,
Inibitórios de justiça do amanhã.

E, assim, avançamos sempre mais
Para guerra de batalha sempre vã,
Neste jogo de políticas imorais.

LíviaMacedo&LucasMesquita

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

O choro.


Cortam-me o único elo de ligação
Que estava comigo desde a geração
Minha aliança, meu cordão umbilical
Minha energia, meu amparo informal
E assim ora pois, hei de eu crescer
Sob o ócio, o vago, só me resta morrer.


Percebo aí, que o mundo é todo claridade
Uma fresta de luz me contorce e me invade
Choro então, pois percebo pra onde vim
Mundo louco, onde emana água carmim
Serei eu mais um motivo de vindoura dor?
Ou cantarei ao meu leito grande louvor?


O que faço eu, sem meu primeiro bem-querer?
Meu colo materno, meu constante venerável ser.


LíviaMacedo

sábado, 28 de agosto de 2010

Selos.

É com muita satisfação que recebo de muito bom grado estes selos De Lívia Inácio do http://letrinhasdispersas.blogspot.com/ (vale a pena conferir!).Aproveito e dedico a todos os seguidores e visitantes do umaparteqenaotinha. (:




LíviaMacedo.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

A ladeira e a labuta.





Ela cai, ela vai, ela leva
Desce o céu, sobe o mar 
Entre o pó, pedra e relva
Ladeira, cadeira do ar.

Pedro, sobe, pede passagem
Sobe, ascende a coluna dorsal
Dói a junta fardada em paisagem
Sobe a rua, noite aluvial.
Ela cai, ela vai, ela leva
Desce o céu, sobe o mar 
Entre o pó, pedra e relva
Ladeira, desejo de alar.

Traz areia, pedra e cimento
Traz suor, fadiga e afã
Pedro desce sob o sol, truculento
Numa luta cotidiana sempre vã.

Ela cai, ela vai, ela leva
Desce o céu, sobe o mar 
Entre o pó, pedra e relva
Ladeira, vereda do azar.

Chega, Pedro, que é só arrepio
De vontade da mente esvair
Desejoso, sente um calafrio
Pelas pernas que hão de suprir.

Ela cai, ela vai, ela leva
Desce o céu, sobe o mar 
Entre o pó, pedra e relva
Ladeira, que o chão quer guiar.

E se os ventos não soprarem
Nem o céu azul desabafar
Não é problema, todos sabem
Às seis, Pedro tem que andar.


LíviaMacedo&LucasMesquita
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